“As universidades públicas paranaenses auxiliam o poder público na tomada de decisão com o treinamento das equipes de saúde, monitoramento espacial de casos e, em pesquisa, analisando casos graves, criando novas opções de controle do Aedes aegypti e desenvolvendo novos tratamentos e vacinas”, disse ele.
AÇÕES – A Universidade Estadual de Londrina (UEL) desenvolve diversas pesquisas relacionadas à dengue. Um exemplo é o estudo feito em 2023 por pesquisadores do Centro de Ciências Exatas da universidade, que resultou em uma forma eficaz de realizar exames de Raio-X em mosquitos. O método resulta em imagens tridimensionais que auxiliam em estudos.
Em 2019, foram dois projetos relacionados ao tema. Um foi o aplicativo desenvolvido por professores e estudantes de Ciência da Computação, Design Gráfico e Ciências Biológicas, que auxilia na prevenção a partir de um checklist para verificação de itens de casa, como água parada em potes de plantas. O outro projeto, desenvolvido por professores do Centro de Ciências Biológicas, consiste na criação de um bioinseticida, que elimina larvas do Aedes aegypti a partir do isolamento de uma bactéria.
Na UEM, várias ações de prevenção e mutirões também são realizados. Em dezembro, por exemplo, foram recolhidos dois contêineres de lixo na universidade, grande parte composta por resíduos que poderiam servir como criadouros para o mosquito da dengue, como é o caso de embalagens de alimentos, garrafas plásticas, latas de refrigerantes, sacolas plásticas e tampas plásticas.
Atualmente a universidade desenvolve duas campanhas de prevenção, a “Eco Ação” e a “UEM contra a dengue”, direcionadas para o período de volta às aulas, na universidade e nas escolas da rede pública de ensino.
Dentro do câmpus da instituição também está localizado o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac), que atua na testagem e diagnóstico de doenças com alto índice de ocorrência, como a dengue. O Lepac é local de trabalho e desenvolvimento de estudos de profissionais e estudantes das áreas de saúde e atende mais de 100 municípios do Estado.
Em outra iniciativa, pesquisadores do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) desenvolveram um software para monitoramento que auxilia no controle dos focos e oferece soluções para o controle e combate aos mosquitos transmissores da doença.
Um outro projeto de extensão elaborado na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), vinculado ao programa Universidade Sem Fronteiras (USF), utiliza a combinação de tecnologia de drones e inteligência artificial para mapear áreas de risco e identificar potenciais focos de proliferação do mosquito. Os drones executam voos automáticos capturando imagens de alta resolução dos ambientes urbanos em áreas dos municípios de Andirá, Bandeirantes, Itambaracá e Santa Mariana, localizados na região Norte do Estado.
As informações são processadas por algoritmos de inteligência artificial, capazes de identificar potenciais criadouros do Aedes aegypti, como caixas d’água, piscinas ou outros tipos de reservatórios de acúmulos de água. Ao identificar e mapear esses locais, o projeto auxilia estrategicamente na implantação de medidas de controle e prevenção.
A Universidade Estadual do Paraná (Unespar) atua de forma pedagógica na prevenção. Em Paranavaí, no Noroeste, a instituição desenvolve um projeto de educação permanente, ofertada para agentes de saúde. O objetivo é promover oficinas com estratégias educativas que cheguem à população. Os participantes produzem fantoches e os utilizam em histórias que reforçam as ações de prevenção e apresentam em creches e escolas da região.
CAMPANHAS – Anualmente as sete universidades estaduais paranaenses organizam campanhas, além de ações propostas em projetos de pesquisa e extensão, que resultam de demandas que surgem e estão relacionadas às condições geográficas do Estado e de maior incidência do mosquito.
Neste ano, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolverá ações preventivas em parceria com as ações da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Já na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) as ações acontecerão de forma conjunta entre o câmpus de Irati e os dois de Guarapuava, com início previsto para o final de fevereiro.
GOVERNO – O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), lançou uma nova campanha para alertar a população sobre prevenção da doença. “Paraná contra a dengue” reforça a importância de a população limpar seus quintais e outras áreas que possam acumular objetos com água parada.
O site Paraná Contra Dengue reúne dados mais específicos, como boletins semanais com o registro da incidência de dengue, chikungunya e zika por município paranaense, além de orientações preventivas de combate, reconhecimento de sintomas e recomendações médicas.